História é conhecida. Começou na época da "Guerra das Estrelas," esse período frenético, e perigoso, de corrida aos armamentos que levou à implosão da União Soviética. O protocolo IP foi criado para permitir que a informação transmitida fosse dividida em pequenos pacotes e que se uma linha de transmissão dos dados não estivesse acessível, por um motivo qualquer, os dados encontrassem um outro caminho alternativo, sendo que só a conjugação dos diferentes pacotes num determinado computador permitiria visualizar os dados enviados. O exemplo que se dava há uns anos é que na Internet o caminho mais curto entre dois computadores ligados à Internet em Lisboa poderia passar pelo Japão.
Só há cerca de 7 anos é que a Internet se tornou aquilo que é hoje - a World Wide Web (A Teia Global), que não é mais do que o sector da Internet onde é possível a visualização de ficheiros multimédia. Porque o grande problema dos programas informáticos existentes na altura - o DOS e o UNIX - é que não eram programas gráficos. Alguns pessoas ainda se lembrarão que foi só com o aparecimento do WordPerfect que a apresentação de uma fórmula passou a ser possível de uma forma relativamente fácil - digamos uns 5 minutos !. Não foi por acaso que o HTML foi inventado num dos maiores centros de pesquisa do mundo - o CERN, sedeado na Suiça.
Demorou algum tempo, mas hoje o IP é um protocolo de comunicações usado globalmente e não só quando nos ligamos à Internet. Permite o envio de mensagens escritas, de faxes, de ficheiros, de documentos de texto, de som e de imagens. Permite que todos estes tipos de documentos sejam visto ao mesmo tempo.
O futuro, já se sabe, passará por aqui.
E o futuro é a produção de conteúdos distribuídos por meio de um protocolo de comunicações universal, e consultáveis por meio de diferentes terminais. Se quisermos ter capacidade de processamento dos conteúdos então utilizaremos um computador, se só nos interessam numa perspectiva lúdica então teremos uma televisão digital, se quisermos pequenas informações em locais que não são nem a nossa casa nem o nosso local de trabalho então iremos querer um telemóvel da 3.ª geração, etc. etc. Mas poderemos ter isto tudo num único produto, nos centros de diversão que já existem em torno de um computador com monitores gigantes. Poderemos querer ter o produto em papel, e então poderemos imprimi-lo, se o quisermos impresso como uma revista ou como um livro, então enviaremos os conteúdos para uma tipografia.
Por isso, o HTML, ou o que lhe sucederá, irá tornar-se o formato único de escrever, produzir bases de dados, folhas de cálculo, etc., o que tornará obsoleto a diferença entre sistemas operativos, baseados em processadores incompatíveis.
A unificação é o futuro, mas ela vai demorar. Pouca gente se apercebeu que a primeira machadada dada na Nova Economia, quase antes de ela nascer, foi a recusa por parte dos operadores americanos de televisão de compatibilizar a resolução da TV digital com a dos monitores para computadores. Os operadores tinham razão para estar apreensivos, e no fundo a crise das dot.com, veio dar-lhes razão. A unificação ficou assim adiada por algum tempo.
As dificuldades continuarão enquanto se não realizarem duas coisas. A primeira, é a unificação da distribuição e da recepção dos conteúdos. Este problema, ao contrário do que pode parecer, é o mais fácil de resolver. É uma questão de as empresas - o mercado - descobrirem que é mais barato distribuir desta maneira. Uma crise na compra de espaço publicitário poderá levar a essa unificação. A segunda é, penso, o problema mais importante e mais difícil de resolver. O que é que este meio unificado tem para dar às pessoas? Serviços, e só serviços. Mas serviços inovadores.
Uma empresa que me parece interessante de seguir é a Epinions (www.epinions.com). Esta empresa pretende que sejam os próprios consumidores a dar opiniões - «opinions» - sobre os produtos em que outros consumidores estão interessados. Para além disso, quando alguém se decide por um produto, e o quer comprar, o espaço permite escolhê-lo de uma lista comparativa, em que os produtos são listados por preço e rapidez de entrega, havendo ligações directas aos produtos apresentados nos locais comerciais. Como interessar os potenciais críticos a escrever para o espaço da Epinions? Dando-lhes uma parte dos ganhos com as potenciais vendas. Este tipo de serviço só é possível na Internet, e é claramente o que o diferencia dos outros meios. O espaço da Epinions na internet é um sucesso, e a empresa dirigida por gente vinda de grandes dot.com, como a Yahoo, @Home e American On Line (AOL), assim como da Netscape, espera vir a ser cotada, no futuro, na Bolsa de Nova Iorque.
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